Histórias Principais

Principais contos do blog.

Outras Histórias

Contos e Minicontos

Pipoca Trash

Pegue um lugar, ajuste seu marcapasso e prepare-se para os filmes mais aterrorizantes do cinema!

Sobre o Autor

Saiba mais sobre o autor do blog.

Sobre o Blog

Breve informações e curiosidades sobre a criação de Terror 5!

anuncio

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Eu não gosto de você Papai Noel

Talvez não seja um poema de horror (dependendo dos olhos de quem vê), porém não dá para descartar o quão chocante ele é. Escrito por Aldemar Paiva (1925-2014) que nada mais foi do que cordelista, radialista, produtor artístico, compositor e publicitário, conseguindo o título de artista multimídia. O poema mostra uma forte crítica ao consumismo natalino e a segregação entre classes sociais. Vale a pena conferir ;)


Eu não gosto de você Papai Noel

Fonte:https://41.media.tumblr.com/tumblr_m3ykjk37lg1r3jsrko1_1280.jpg
Eu não gosto de você, Papai Noel!
Também não gosto desse seu papel
de vender ilusões à burguesia.
Se os garotos humildes da cidade
soubessem do seu ódio à humildade,
jogavam pedra nessa fantasia.

Você talvez nem se recorde mais.
Cresci depressa, me tornei rapaz,
sem esquecer, no entanto, o que passou.
Fiz-lhe um bilhete, pedindo um presente
e a noite inteira eu esperei, contente.
Chegou o sol e você não chegou.

Dias depois, meu pobre pai, cansado,
trouxe um trenzinho feio, empoeirado,
que me entregou com certa excitação.
Fechou os olhos e balbuciou:
“É pra você, Papai Noel mandou”.
E se esquivou, contendo a emoção.

Alegre e inocente nesse caso,
eu pensei que meu bilhete com atraso,
chegara às suas mãos, no fim do mês.
Limpei o trem, dei corda,
ele partiu dando muitas voltas,
meu pai me sorriu e me abraçou pela última vez.

O resto eu só pude compreender quando cresci
e comecei a ver todas as coisas com realidade.
Meu pai chegou um dia e disse, a seco:
“Onde é que está aquele seu brinquedo?
Eu vou trocar por outro, na cidade”.

Dei-lhe o trenzinho, quase a soluçar
e como quem não quer abandonar
um mimo que nos deu, quem nos quer bem,
disse medroso: “O senhor vai trocar ele?
Eu não quero outro brinquedo, eu quero aquele.
E por favor, não vá levar meu trem”.

Meu pai calou-se e pelo rosto veio
descendo um pranto que, eu ainda creio,
tanto e tão santo, só Jesus chorou!
Bateu a porta com muito ruído,
mamãe gritou ele não deu ouvidos,
saiu correndo e nunca mais voltou.

Você, Papai Noel, me transformou num homem
que a infância arruinou, sem pai e sem brinquedos.
Afinal, dos seus presentes, não há um que sobre
para a riqueza do menino pobre
que sonha o ano inteiro com o Natal.

Meu pobre pai doente, mal vestido,
para não me ver assim desiludido,
comprou por qualquer preço uma ilusão,
e num gesto nobre, humano e decisivo,
foi longe pra trazer-me um lenitivo,
roubando o trem do filho do patrão.

Pensei que viajara,
no entanto depois de grande,
minha mãe, em prantos,
contou-me que fora preso
e como réu, ninguém a absolvê-lo se atrevia.
Foi definhando, até que Deus, um dia,
entrou na cela e o libertou pro céu.
                                                                             


E aí qual foi presente de natal que vocês compraram? Comentem, compartilhem!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

O Voo

Boa noite, meus caros. Hoje contarei uma história, uma história que procura a linha tênue entre a imaginação fértil e pureza de uma criança, com a perversidade que a cerca. Fiquem atentos, olhem para cima e admirem O Voo.


"O Voo"

Me falaram que eu podia voar, o menino da rua de trás disse para eu tentar. Disse que se eu subisse em um lugar bem alto e pulasse como um pássaro eu voaria. Às vezes ele aparece aqui no meu quarto quando papai e mamãe estão dormindo, ficamos conversando por horas bem baixinho para não acordar ninguém, mas teve uma vez que eu ri tanto com um barulho de pum que ele fez que minha mãe acordou, depressa ele entrou no armário, se escondeu, mamãe falou que o quarto cheirava a coisa podre, eu ri mais ainda. Quando ela foi embora, fui correndo pro armário pra tirar meu amigo dali, mas ele não estava mais lá.
Eu já tava acostumado com o cheiro dele, na primeira aparição tomei um susto muito grande, comecei a chorar e a gritar, ele cheirava tão mal, o menino sorriu e sumiu na minha frente. Na segunda vez, já não cheirava tanto assim, eu já não sentia mais medo, disse que morava na rua de trás e tinha medo de fazer amigos, por isso vinha tão tarde da noite e de alguma maneira ele havia gostado de mim. Eu não tinha entendido, mas gostei dele também, falava coisas engraçadas.
Teve um dia que foi estranho, estava de férias e mamãe me deixou convidar meus amigos da escola para irem em casa, brincamos na rua e depois liguei o vídeo game para jogarmos um jogo de corrida. Minha mãe fazia uns lanches na cozinha quando ele apareceu no fundo da sala, não sei há quanto tempo ele estava ali, mas parecia triste e envergonhado. Ele me perguntou, “Posso jogar?” e respondi que sim! Queria que todo mundo o conhecesse ouvissem as coisas engraçadas ele falava, mas quando o chamei e ele ficou na frente de todo mundo, fiquei espantado que ninguém podia enxergá-lo ou estavam brincando de que ele era invisível, pedi muitas vezes para que parassem com aquilo. Meu novo amigo não estava gostando e nem eu. Ficaram bravos e nunca mais voltaram a falar comigo.
Contei para minha mãe e para meu pai e eles me mandaram conversar com um homem e que seria bom para mim, papai disse que é um homem que cuida da cabeça, mas minha cabeça não doía e não entendia porque tinha que conversar com ele sobre meu amigo, não me sentia muito confortável para falar dele com um estranho então sempre inventava coisas. Fui lá muitas vezes.
Meu amigo começou a não aparecer mais, era o único que ainda tinha e ele não vinha mais, éramos eu, papai, mamãe e o enxerido que cuida da cabeça.
“Inveja. É isso que eles têm de você! Inveja...”
Escutei bem no fundo da minha cabeça, parecia vir de dentro até que eu o vi no canto mais escuro do meu quarto, chamei para vir mais perto para vê-lo melhor, se recusou a se aproximar dizendo que era perigoso e ficou ali no escuro e foi aí que ele disse o porquê da inveja. “Você tem poderes sabia? Quase como poderes mágicos... Você pode voar! Voar feito um pássaro e eles sabem disso, todos eles sabem, por isso te deixam sozinho para você se sentir triste e não ter nem vontade de tentar.”
Senti um sono tão forte logo depois que ele terminou, podia ser algo que o homem que cuida da cabeça tenha me dado pra tomar depois da janta. Acordei sem saber se era um sonho até olhar para o chão e ver duas marcas de pés no canto onde ele estava e comecei a acreditar mesmo que podia voar, me sentia muito mais feliz só por saber disso, não ligava para inveja, para mais nada. Com tempo, papai disse que eu não precisava ver mais o homem que cuida da cabeça. Fiquei mais feliz ainda!

Estava no quintal de casa, quando meu amigo apareceu em plena luz do dia e disse “vamos lá tentar?”. Na hora concordei, e ele disse para subir no canto mais alto do lado de fora da casa e pular. E agora, estou aqui em cima do telhado como ele disse para fazer, sinto um pouco de medo, mas ele está lá sorrindo para mim e falando: “Não tenha mais medo criança... Estarei lá embaixo para te abraçar” e senti um cheiro forte de coisa podre.



Arte feita por Lucas Gimenez
O que acharam? Comentem e compartilhem! Agradeço especialmente ao Lucas Gimenez que fez a ilustração para esse conto. Se você gostou dessa ilustração também, vale a pena acompanhar seu Instagram, lá encontrará outros desenhos e pinturas tão boas quanto! ;)

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

McKamey Manor - Um ótimo lugar para se hospedar

Boa noite! Estive distante esse tempo todo, pois estava de férias em um lugar perfeito para uma cabeça completamente doente e insana e gostaria de compartilhar como foi minha estadia com vocês na McKamey Manor... O lugar onde você vive o seu próprio filme de terror.

fonte:http://static.independent.co.uk/s3fs-public/styles/story_
large/public/thumbnails/image/2014/10/24/15/mm.JPG
Imaginem um hotel temático. Existem muitos por aí, mas nada se compara à McKamey Manor e a sua temática insana! Lá você encontrará de tudo que se possa imaginar, o lugar é repleto de bizarrices com a cenografia perfeita para que o hóspede sinta medo de fato, chore e implore para sair.

O hotel fica em San Digeo, CA e para se hospedar é necessário enfrentar uma fila de espera de mais ou menos 24 mil pessoas ser maior de 21 anos, levar exames comprovando que não tem problemas cardíacos e respiratórios, de claustrofobia e etc.  em seguida, assinar um termo de responsabilidade ciente das torturas que estarão por vir. A única coisa que o hotel garante é a integridade física dos hóspedes.

O hotel hospeda somente 2 pessoas por vez, para que essas possam ter uma experiência completa digna de filmes de horror gore, com direito a comer ovos podres, insetos percorrendo sua cara como baratas, além de cobras e tarântulas, sangue falso espirrado para tudo que é lado, monstros te perseguindo, mas com regras diferentes do que estamos acostumados, eles podem e vão tocar em você, te amarrar, trancar em caixões ou em locais extremamente sujos. A brincadeira toda dura em torno de 4 à 7 horas incessantes de horror sem palavras chave de segurança sendo filmado o tempo todo para a própria segurança, se você pede para parar eles vão pensar no seu caso... Segundo o próprio site do hotel, não há registro de ninguém que tenha suportado a estadia completa, ou seja, não se compara a qualquer noite de terror em um parque de diversões habituais e eles se orgulham disso.

Eis o vídeo:


O mais interessante é que mesmo com toda essa tortura e aparentemente desumana, antes de se hospedar eles pedem colaborar com uma doação de ração para cachorro com uma ONG que eles tem parceria. E aí, tem coragem de se passar as férias na McKamey Manor? Seguem mais algumas fotos da estadia de algumas pessoas para pensar melhor no caso.
fonte:http://wickedhorror.wpengine.netdna-cdn.com/wp-content/uploads/2014/10/mckamey-manor-blood-740x493.jpg


fonte:https://kpbs.media.clients.ellingtoncms.com/img/photos/2014/10/24/Screen_Shot_2014-10-03_at_11.46.35_PM_t1200.jpg?57a0c2296240c280e9492005c3cad63e7cbe80f4

fonte:https://i.ytimg.com/vi/6Z8OTOyVnMg/maxresdefault.jpg
Agradável, não?