E estamos aqui na parte final. Onde saberemos exatamente os porquês, onde iremos aparar as pontas soltas e vermos os dois entregadores cumprirem o serviço que foram designados a fazer!
GASOLINA - FINAL
– Oh meu
amor! O que foi que aconteceu com a gente? Tínhamos aquela gana de sair daquela
merda de vida que tínhamos. Vontade de conhecer o mundo. Aceitei a primeira
proposta de receber uma boa grana. Me arrisquei todo esse tempo somente pra um
único propósito, e o que você faz? Chora se preocupa comigo e dorme com o filho
do meu chefe! SUA VAGABUNDA!
Perco a
noção de mim mesmo e estico meu braço até o alto e desço com tanta força na
cara daquela vaca que aquele pano começou a ficar avermelhado e úmido. Tiro
aquela mordaça morrendo de vontade de ver qual foi o estrago que fiz e um dente
cai banhado naquele melado. Aquilo foi um prêmio!
– Seu
filho da puta! O que deu em você?! Já não estávamos dando certo e você sabe
disso! Ficou obcecado que me perdeu e nem reparou. Eu saí daquela merda!
Daquela merda de estar com você!
–
Vagabunda! Tudo o que eu fiz foi por você! Queria sair desse submundo tanto
quanto você! E você saiu ficando com o filho do mais poderoso cara da cidade!
Tudo bem, meu amor, eu entendo, você fez do seu jeito. Agora eu farei do meu.
Um largo
sorriso escapa do meu rosto enquanto volto pra escuridão e pego a faca, o sal,
galão de gasolina e o meu isqueiro deixando-os bem a vista dos dois. Adoro meu
trabalho!
– Meu pai
vai ficar sabendo! Ah vai! Ele vai!
– Quero
mais que se foda seu pai! E mesmo que ele se vingue de sua morte, bom, você não
vai estar por aqui pra ver isso meu camarada. Lembro que era assim que você
chamava os outros. – não consigo segurar por muito tempo e começo a rir. Rir
feito um louco ensandecido, e a piada nem foi tão boa.
Com um
sorriso mais largo do que nunca pego a faca e começo a passar levemente no
rosto da minha querida “olhos verdes”. Nenhuma palavra, só o meu sorriso e a
respiração ofegante de pavor e olhos arregalados vinda daquele rosto pálido em
direção à faca.
Faço uns
dois cortes superficiais em seu rosto, parecendo escorrer lágrimas de sangue
daqueles olhos e ela começou a gritar! Faço mais um ou quatro cortes um pouco mais
profundos pelo corpo dela aleatoriamente. Vou para o outro lado e faço a mesma
coisa, só que exagero um pouquinho a mais com ele, abro um delicado sorriso
naquela boca, faço um desenho qualquer na testa dele, só por diversão e ele
grita mais alto feito um porco.
– CALA A
BOCA MOCINHA! Tá fazendo feio pra sua garota, pô! Ela nem gritou tanto assim –
e dou-lhe com o cabo da faca bem no estomago – ah não! Você se mijou todo? Que
feio! Bom, meus amigos. Tá na hora do sal!
Pego o
saco de sal e começo a derramar sobre os dois. Agora não dá mais pra saber quem
grita mais alto. Essa porra deve realmente arder!
– EI PEGA
LEVE AE! E ACELERA ISSO! JÁ TÁ QUASE NA HORA! – meu parceiro de guerra grita do
lado de fora do galpão.
Nem havia
me tocado de que passou tanto tempo, e nem sei por que ele disse pra pegar
leve. Não tem mais ninguém aqui!
– Tudo
bem! – eu respondo – Já tô indo! Bom vocês escutaram né? Eu tenho que ir. Uma
peninha queria ficar mais, estava me divertindo tanto!
Pego o
galão de gasolina e o isqueiro. Dou um beijo na testa da garota como um adeus,
um daqueles beijos da morte. Teria sido na boca, mas sei que ela morderia pra
arrancar um pedaço. Como se não tivesse arrancado mais nada meu antes. No
desgraçado na outra cadeira eu acerto ele com o galão num dos lados da cara.
Ele até cospe um pouco de sangue.
Não posso
perder mais tempo, começo a derramar a gasolina sobre os dois. Me lembro que
deveria ter arrancado os dedos dele, mas agora não tenho tempo. Enquanto
derramo escuto ela falando “Eu te amo” e a resposta dele “Eu também te amo,
sinto muito!”. Vejo até uma tentativa fútil e medíocre de tentar soltar os
braços e segurar na mão do outro. Só me resta a rir!
Faço um
rastro com a gasolina até a entrada do galpão e dou um grito chamando a atenção
dos dois, mas só ela podia ver o que eu estava fazendo, eu acendo um outro
interruptor e o galpão inteiro fica iluminado. Galões e galões de gasolina
estão armazenados lá dentro!
– Nenhum
legista desse mundo será capaz de reconhecê-los! Seu pai nunca vai te encontrar!
– risco o isqueiro próximo ao rastro e espero o fogo até chegar aos dois. Ah
gritos e mais gritos!
Não podia ficar mais,
aquele lugar iria explodir a qualquer momento. Entrei no veiculo que fez o
máximo para ir rápido e não queimar pneus e deixar marcas. Sem testemunhas e
sem pistas. Já tenho a grana suficiente pra desaparecer e sair disso tudo! Meu
parceiro vai saber dar conta do recado e já tem o álibi perfeito.
Eu precisava apagar esse fogo dentro de mim e
apaguei com gasolina!
Meus Parabéns são histórias magnificas.
ResponderExcluirPasso a me preocupar com suas tendências de insanidade! rs
ResponderExcluirMuito foda a história!! *-*
Hahaha!! Obrigado, eu acho...
ExcluirP.S.: O meu psicanalista também diz o mesmo... haha!!
Incrível! esse conto tem uma profundidade absurda! (:
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