Boa noite meus caros aterrorizados. Serei direto, o que vocês acham
de zumbis? Hoje falarei de um livro que descobri há pouco tempo,
“Elevador 16 – As crônicas dos mortos” de Rodrigo Oliveira.
O enredo é bem simples: Se passa em 2017 e um planeta estranho se aproxima, pessoas
desavisadas trabalhando em um dia típico, de repente, maioria
desmaia e acorda com um comportamento animalesco atacando os outros
ao redor. Essa problemática acontece dentro de um elevador com 16
pessoas, onde 10 desmaiam os outros 6 incluí-se a protagonista
Mariana que acabara de descobrir sua gravidez do qual o pai é seu
colega de trabalho que acabara de se transformar em zumbi.
O progresso do enredo é baseado em instinto de sobrevivência e
burradas de pessoas despreparadas para um ataque de monstros, com
conflitos morais e éticos. Até então, okay! Se não fosse grande
dificuldade no foco narrativo.
O primeiro ponto que me incomodou muito foi o nome do planeta, ou
como foi entregue ao leitor. Pois, logo no início o narrador declara
“O dia em que Absinto, o Planeta Vermelho, estaria no seu ponto
mais próximo com a Terra [...]” (pg. 6, versão impressa), declaração que cai em
contradição por uma das personagens em diálogo com outra.
“– [...] por causa da passagem do Absinto, ou Hercólubus.
– É Hercólubus, pelo amor de Deus! – Mayara corrigiu, rindo
[...]” (pg. 8, versão impressa)
Sendo assim, a personagem sabe mais que o próprio narrador da
história? Já que sendo a narração em terceira pessoa, deve-se considerar onisciência, sendo assim o narrador é o elemento único que sabe de toda a trama e não deve ser contradito. Pois, em nenhum momento anterior ou posterior fora
mencionado o porque da possível chance do planeta possuir dois
nomes, fazendo o leitor perder credibilidade na história. E absinto é uma bebida verde, por favor. Tirando a verossimilhança por esse fato, e pelo fato de que não seria cabível
um nome desse para um planeta, imaginando, claro, que uma agência de
estudos espaciais estivesse encarregada de batizá-lo. Talvez, seja por
isso a mudança repentina do nome, mas não seria melhor apagar o
nome não desejável? Enfim, não especularei a licença poética do
autor. Não é esse o objetivo.
O livro torna-se pedante devido ao constante uso de diálogos longos
quando há o clímax da trama diminuindo o ritmo sem necessidade
alguma, com as personagens explicando a situação e o enredo,
preocupação notável do escritor em tentar fazer o leitor entender
a trama, mas o leitor está lendo, não precisa recapitulá-lo a todo
momento. Concordam?
A batalha final entre o ex namorado zumbi e a garota grávida,
Mariana, pareceu forçar uma situação, pois justo esse era o
monstro mais forte e praticamente indestrutível, no qual não há
nenhuma justificativa para isso. Mas a cena é descrita
perfeitamente, acertando em todos os detalhes da batalha sem perder o
ritmo levando a um final inesperado! Mas para chegar até esse ponto, houve um grande esforço de paciência e persistência.
"Elevador 16" faz parte de uma saga de outros três livros, "O Vale dos Mortos", "A Batalha dos Mortos" e "A Senhora do Mortos". (Fico realmente em dúvida se é uma homenagem ao George Romero, ou falta de ideia). Honestamente, não li os outros e nem lerei, pois se com sessenta páginas encontrei falhas que broxam por completo a história, não há porque ler o restante, certo?
Considerações finais: o livro tem um preço acessível ou pode ser baixado gratuitamente em PDF pelo site da própria editora, clique aqui. É curto,
com uma linguagem simples, podendo ser uma boa distração pro dia a
dia. As personagens têm características rasas, mas o próprio
enredo não exigia algo além disso, então foi na medida certa. A
trama toda não assusta de modo algum, exatamente pelos problemas
descritos acima. Por fim, não é um livro que ficaria na minha
cabeceira, ou que recomendaria aos amigos. De 1 a 5, “Elevador 16 –
A Crônica dos Mortos” fica com 2.