anuncio

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Gasolina 2ª Parte

Boa noite mais uma vez, vejo onde paramos com essa história e me pergunto até aonde uma mente pode suportar a pressão de um trabalho como esse? Eu observo esses dois entregadores e penso no que eles são capazes, mas sinceramente, eu não gostaria de encontrá-los e descobrir.

GASOLINA - PARTE 2



Aproximo-me um pouco mais e logo escuto a porta de trás sendo aberta, um grito feminino sendo abafado por um capuz preto e o estalo de um soco forte pra desmaiar o segundo pacote.
– Pronto! – eu olho para o retrovisor e concordo com a cabeça.
Minha querida no que me transformei?
Seguimos direto para a área industrial da cidade. Foi combinado levarmos num galpão abandonado. Se você pretende fazer muitas coisas ruins com alguém, o melhor lugar dessa cidade e a área industrial de madrugada. Não há ninguém que possa escutar os gritos, somente um viciado ou outro, mas isso é igual a ninguém.
Eu paro em frente à antiga fábrica da Ezequiel Móveis. Só de olhar aquelas paredes enegrecidas acima das janelas por causa do incêndio já me dão calafrios.
Eu começo a arrastar os corpos desmaiados pra dentro. Meu parceiro fica de tocaia no lado de fora fumando um cigarro. Amarro cada um em uma cadeira que está parafusada no chão de costas para outra. Me lembro daqueles olhos verdes e como poderia ficar encarando-os por mil anos.
Tiro o capuz de cada um e coloco uma mordaça na boca deles e devolvo o capuz pras cabeças apagadas, só por diversão. Logo em seguida eu saio e peço um cigarro pro meu amigo.
– Tem certeza que é isso que você quer? – ele me pergunta um pouco preocupado.
– Absoluta certeza!
– Cara. Tem ideia de quem é o primeiro pacote? Sabe o que acabamos de fazer? Se descobrirem que o pegamos, a família inteira desse cara vai colar na nossa bota. Fora a influencia com a polícia que a fami...
– Tá bom! – interrompi logo, já estava começando a ficar puto – sei muito bem quem é ele, quem o pai dele e tudo o mais. Quero que se foda! Ninguém vai descobrir o que fizemos, ele não vai sair daqui pra contar história. Relaxa! E se você estivesse com medo mesmo teria me impedido no começo! Então não me enche o saco!
– Tudo bem. Só estou avisando. Temos 2h 30min até a família se dar conta de que o príncipe das drogas ainda não voltou de viagem e eles passarem por aqui. Então, seja rápido!
– Vou ser! E vou aproveitar cada segundo.
Bicho, como estou empolgado com meu dia de trabalho hoje. Acendo uma única luz focada no par de cadeiras, uma luz fraca que só iluminem eles dois e o resto do galpão fique escuro. É uma imagem tão bonita!
Meu preocupado e fiel amigo, deixa do meu lado todos os apetrechos que necessito para utilizar. Minhas facas, um galão de gasolina, taco de beisebol (sim um clichê, mas eu gosto), sal e uma pistola 9.mm caso de merda de algum deles conseguir se desamarrar. Automáticas... Nunca fizeram meu estilo.
Um movimento seguido de um grito abafado vem da cadeira de trás.
– Ahh! Alguém acordou! Vamos ver quem está debaixo desse capuz! – Eu estou realmente animado, vou dando passos feito maluco de ansiedade e puxo de uma vez só.
– Vejo que está surpreso em me ver amiguinho!
A cara de susto dele com a mordaça é impagável. Ele resmunga qualquer coisa, mas não entendi uma vírgula do que aquele bosta estava dizendo.
– Calma. Calma. Deixe-me tirar isso pra você – e dou uma chance de ele falar – pronto melhor ass...
– Seu filho de uma puta!! Sabe quem eu sou? Óbvio que sabe! Você está morto seu maldito! Morto! – disse ele histericamente e um pouco putinho da vida. Filhinhos de papai, vocês sabem como é, quando se sentem ameaçados começam a falar tudo o que vão fazer se me pegarem. Eu me irrito e amordaço-o de novo e me abaixo ficando cara a cara com ele.
– Olha seu pai confia muito em mim! Nunca vai desconfiar de nada, mas graças a você que manteve tudo em segredo até da sua família. Fiz as melhores encomendas pro seu pai, acha mesmo que ele vai desconfiar? E já estou morto faz tempo. – alguma coisa já me dizia que estava. Óbvio que me achariam. Mas eu tinha de tirar as esperanças daquele desgraçado
Entro na escuridão e pego o taco, só vejo o filhinho de papai se balançando e resmungando com aquele pano na boca, suava feito um porco. Acerto em cheio bem no meio da fuça do infeliz fazendo a nuca se encontrar com a outra violentamente e o sangue escorrer feito um chafariz.
O pacote de número dois acordou!
– Shh shhh!! Não se agite. Você acabou de bater a cabeça. – disse calmamente e escuto uns murmúrios tristonhos de choro vindo debaixo daquele capuz, e uns de raiva vindo do outro lá trás. – Cala a boca seu lixo! – eu falo para o playboyzinho – E você tenha calma, vou levantar seu capuz e tudo vai ficar bem. Okay?
           O capuz balança a cabeça dizendo que sim. Atordoamento e desespero fazem com que você concorde com tudo. Levanto calmamente o capuz, e quando pode enxergar o meu rosto, me reconheceu na hora. Gritos e mais gritos de desespero tentaram escapar daquele pano imundo amarrado em sua boca. Aqueles olhos verdes, apesar de um estar inchado e meio roxo, arregalados e ainda assim eu os acho bonitos acredita? Ela sempre foi esperta, e sacou qual seria minha jogada e o motivo de estar lá. Mas eu gosto de brincar no serviço quanto estou empolgado.

Fim da Parte 2 de 3


GASOLINA - PARTE FINAL

0 comentários:

Postar um comentário